segunda-feira, 1 de março de 2010

CASA VAZIA, CORAÇÃO CHEIO DE SAUDADE...


Olhei você saindo de casa. Cada peça que arrumava pra levar, era um pedacinho seu que me tirava.
Calças, meias, sapatos. Um a um seus pertences deixavam a casa vazia e o coração cheio de saudade.
E sabia que de nada adiantava argumentar, de nada adiantava pedir-lhe pra ficar. Sabia que o errado era o que de mais certo você fazia.
Os filhos não deveríam crescer, deveríam sim, ficar bem pequenos, pra que nos emprestassem suas mãozinhas e se deixassem conduzir. Pequenos para que pudéssemos colocá-los em uma banheira e lavá-los de todas as sujeiras adquiridas nas suas mais variadas travessuras.
Filhos deveríam estar conosco sempre, para que os pudéssemos ampará-los nas suas quedas e para colocarmos o termômetro , sempre que colocássemos os lábios em suas testas e as sentíssemos quentes.
Ah! Os nossos filhos, esses seres teimosos e rebeldes! Quando vemos já cresceram e nos convidam para as suas formaturas e nos encontram abraçados as suas garotas, as suas namoradas, até que uma, apenas uma, passa a ser presença constante, nos almoços de domingo, nas festas de fim de ano, dividindo conosco seus abraços e beijos, toda a sua atenção. E por fim sem cerimônia nos dizem: Mamãe vamos nos casar. E nos parece que o mundo desaba aos nossos pés. Casar? Que loucura! Tentamos em vão, afastar essa idéia. Essa moça não serve pra você, não é a mulher ideal pra casar com você. Casamento requer responsabilidades. Nossa como é possível que um bebê, o bebê da mamãe, esteja pensando em casar? Não, não vai dar certo. E nossos filhos, estes nem nos ouvem. Saem agarrados as suas parceiras, pra longe de nós, como se tudo o que falássemos, não merecesse sua atenção.
Então nos sentimos isoladas, desprezadas. Demos tanto amor e agora somos ignoradas.
Nesse momento o coração dói e a lágrima cai. Estou com saudades. Amar a distância provoca saudades. Já não me sinto importante, já não me sinto querida. Oh, dor de amor, não correspondido! Dói o peito, mas o grito não sai, não deve sair.
Vontade que fique e o coração desespera. Que dia haverá o retorno, o pequeno retorno de uma visita? O carro parte, jogo o último beijo, recebo o seu de volta.
Filho te amo, não me abandone, não suporto viver sem você aqui. A vida é nada sem ti.
Cabelos que acaricio, rosto que beijo. Até breve, meu filho! Que Deus me permita vê-lo de novo.
Amo muito, amo demais você!!! Beijos da sua mãe...
(Tania Graniço)Macaé, 27 de fevereiro de 2010.

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